Talvez, nem o mais otimista dos torcedores porteirenses imaginasse uma noite em que tudo saiu como planejado: grande presença de público, torcida empurrando o time até o fim, um clima agradável dentro e fora de campo, e o principal, que foi a vitória. A combinação de trabalho com organização, humildade com apoio revelam que é possível acertar. Vencemos!
A primeira partida da decisão do Campeonato Intermunicipal de Futebol – competição organizada pelo Governo do Estado, por meio da Liga Desportiva de Pindoretama – foi realizada no Estádio Alboíno Miranda Tavares, e para a alegria de Porteiras, os 2×0 sobre a Seleção de Jardim, com gols de Charles e Fabrício, um em cada tempo, encheu de esperança uma Seleção que há quase 10 anos não participava de competições regionais. Com profunda renovação de uma garotada talentosa, em grande parte revelada nos campos de terra e nos campeonatos organizados pelo Governo Municipal, o time porteirense encontra na experiência de jogadores já conhecidos um diferencial, e justamente algumas destas figuras esportivas marcantes na história do futebol local viram o destino pregar uma peça, novamente encarando Jardim, para quem a nossa Seleção perdeu sua última competição importante, no ano 2006.
Quiseram as entidades ocultas do futebol que os caminhos se cruzassem depois de tanto tempo, e agora, com um passo largo na final, pensamento compartilhado pelos atletas e comissão técnica, reforçada pelas palavras do prefeito Fábio Pinheiro que, ao entrar em campo para cumprimentar seus conterrâneos, mais uma vez reafirmando seu apoio incondicional, já dissera nos microfones da Rádio Conceição do Cariri que a história agora vai dar a Porteiras o título que o nosso esporte merece. “Em 2006 perdemos a Copa Regional para Jardim, e quero dizer que chegou a nossa vez de sermos campeões contra eles”, afirmou Fábio, saudando ao colega prefeito Aniziário Jorge, presente no estádio.
Euforia, pulos nas arquibancadas, vibração e abraços em campo. Nos olhos marejados de Cícero Santana (Cícero de Lia), personagem da história do esporte porteirense, na entrevista que virou depoimento do Diretor de Esporte, Rômulo Miranda, ou na voz embargada de Cleudo Antônio ao falar do momento da Seleção, era perceptível a emoção. O treinador André Sagaz foi surpreendido ainda no gramado, pela sua mãe, dona Damiana, com um longo abraço ao fim da partida.
Porteiras precisava desse abraço, o futebol que por vezes foi alvo de críticas, algumas injustas, está de cabeça erguida, e seja qual for o resultado do jogo do próximo sábado, dia 1º de dezembro, em Jardim, é necessário dizer que toda a caminhada até aqui já valeu a pena.
NUNCA DEIXAMOS DE ACREDITAR!
Luis Carlos Coutinho