Várias trajetórias, culturas e tradições distintas que encerram um relato primoroso baseado nas figuras de Maria de Tiê, Expedito Gabriel e Ceiça Louceira. O que mais Porteiras tem que você ainda não ouviu falar? Agora veja você mesmo!
É através de um olhar sensível que se consegue ser sensato, e os traços da história podem traduzir, mesmo que sem oralidade, o que as mais novas gerações levarão tempo para entender. As imagens a seguir dizem muito sobre o patrimônio imaterial do município.
Desde as origens dos remanescentes de quilombos, sedimentadas na Chapada do Araripe, tendo na figura da mestra Maria de Tiê, líder comunitária que resguarda toda uma tradição, passando pela bravura do vaqueiro Expedito Gabriel, em seu repouso do sítio Saco, e suas infindáveis histórias que remontam momentos dos tropeiros (formadores dos primeiros povoados do lugar), chegando ao outro extremo territorial, no sítio Logradouro, onde encontramos a resistência da artesã Ceiça, que orgulha-se em ser chamada ainda de ‘Louceira’, com suas produções de panelas e potes em barro cru.
São apenas alguns personagens da rica história porteirense, retratados na obra do artista plástico cearense Francisco Adriano Silva de Oliveira, ou Faso, como é conhecido, vindo direto da capital sob indicação da primeira-dama do município Maria Auxiliadora Brasil Sampaio Cardoso (Sissí). Faso, estudante de Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará/IFCE, e que já desenvolveu vários projetos artísticos de pintura em arte e educação, em inúmeras cidades pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), bem como para o Governo do Estado, coloriu a fachada do Polo de Atendimento, órgão onde funcionam as secretarias municipais de Saúde e Assistência Social. Lá estão fragmentos vivos para o deleite do público.
O artista explica que há muito tempo tem se dedicado a desenhar as expressões culturais do Ceará, analisando, estudando cada detalhe da história, ouvindo narrativas orais de moradores para um perfeito contorno da arte. Em Porteiras, confessa ele, a sensibilidade revelada por Dona Sissí ajudou muito na compreensão do que se propôs a fazer, tanto é que, além dos muros do Polo, ele conclui um trabalho na Escola Beatriz Pinheiro da Costa, no sítio Muquém, divisão específica da Educação Infantil.